segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quase 25% do solo do planeta já sofreu alguma deterioração - Folha.com

Folha.com - Ambiente - Quase 25% do solo do planeta já sofreu alguma deterioração - 13/02/2012
13/02/2012 - 19h22

Quase 25% do solo do planeta já sofreu alguma deterioração

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


O problema ambiental não está apenas na água ou no ar. De acordo com um relatório da Nações Unidas, 24% do solo do planeta já sofreu algum tipo de deterioração.
A informação é do relatório anual do Unep (Programa de Ambiente das Nações Unidas), divulgado ontem.
O texto mostra que práticas recentes (nos últimos 25 anos) especialmente na atividade agrícola têm estragado e poluído o solo em diversas partes do planeta.
De acordo com o documento, a erosão provocada pela agricultura é até cem vezes mais intensa do que o processo erosivo "natural" do solo.
O problema disso é que o solo com erosão perde uma quantidade significativa de carbono para atmosfera -componente importante para o crescimento vegetal.
O Unep manifestou ainda uma preocupação com as usinas nucleares que estão sendo desativadas desde o acidente em uma usina nuclear de Fukushima, no Japão.
Em março de 2011, a usina foi atingida por um terremoto seguido de um tsunami e houve vazamento nuclear. Desde então, vários países declararam que fechariam suas usinas nucleares.
De acordo com o documento das Nações Unidas, 138 reatores foram fechados apenas neste ano, em 19 países.
Os desmantelamento dos reatores -que tem alto risco de contaminação do solo e custa cerca de 10% a 15% da implantação da usina- só foi concluída em 17 deles.
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Aquecimento global ficará pior com erosão do solo, alerta ONU

DA REUTERS
O aquecimento global ficará pior à medida que a agricultura acelerar a taxa de erosão do solo, reduzindo a quantidade de carbono que o terreno é capaz de armazenar. A informação é do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), divulgada nesta segunda-feira.
O solo contém quantidades enormes de carbono na forma de matéria orgânica, que fornece os nutrientes para o crescimento das plantas e melhora a fertilidade da terra e o movimento da água.
A faixa mais superficial do solo sozinha armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono --três vezes mais que o nível atualmente contido na atmosfera, informou o Livro do Ano 2012 do Pnuma.
"O carbono do solo é facilmente perdido, mas difícil de ser reposto", diz o relatório.
"Os estoques de carbono no solo são altamente vulneráveis às atividades humanas. Eles diminuem de forma significativa [e em geral rapidamente] em resposta às mudanças na cobertura do solo e no uso da terra, tais como desmatamento, desenvolvimento urbano e o aumento das culturas, e como resultado de práticas agrícolas e florestais insustentáveis."
Tais atividades podem decompor a matéria orgânica. Quando isso ocorre, parte do carbono é convertido em dióxido de carbono --gás do efeito estufa que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global-- e ele é perdido do solo.
Cerca de 24% das terras do planeta já sofreram declínio na saúde e na produtividade ao longo dos últimos 25 anos em razão do uso insustentável do solo, disse o Pnuma.
Desde o século 19, aproximadamente 60% do carbono armazenado nos solos e na vegetação foi perdido como resultado das mudanças no uso da terra, tais como limpar a terra para a agricultura e para as cidades.
À medida que a demanda global por alimentos, água e energia aumente drasticamente, como se prevê, o solo ficará sob uma pressão cada vez maior.

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