Por Stephen Messenger.
Enquanto grande parte do mundo desenvolvido continua a debater as formas mais eficazes de reduzir as emissões globais de carbono em fóruns internacionais e reuniões a portas fechadas, vários dos países mais afetados pela alteração nos padrões climáticos estão começando a adotar uma abordagem mais direta.
Por considerar que a mudança climática representa um risco à segurança nacional, o governo da Nicarágua formou um batalhão ecológico, uma tropa de elite de soldados dedicados a combater as ameaças ambientais.
Ao longo das últimas três décadas, a cobertura florestal deste país da América Central encolheu quase 25%, devido principalmente a operações ilegais da indústria madeireira, que derrubou árvores em áreas de reserva sem encontrar praticamente nenhuma resistência.
Agora, graças ao recém-criado “eco-batalhão” de 580 soldados, os depredadores inescrupulosos das matas da Nicarágua estão com os dias contados.
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Segundo as autoridades da Nicarágua, o contínuo desaparecimento das florestas elevou a temperatura e reduziu a precipitação pluvial. Esta última consequência tornou-se uma grande preocupação para o líderes da nação, sobretudo entre os setores do governo que tentam otimizar os recursos hídricos para atender à demanda de energia.
"O governo da Nicarágua está tentando mudar sua matriz energética. E para isso, temos que preservar nossas reservas e florestas para obter a água necessária para acionar a futura maior usina hidrelétrica da América Central, a Tumarín”, declarou o coronel Juan Ramon Morales, comandante do batalhão ecológico. "Sem florestas, não há como tornar este projeto sustentável. Não podemos construir uma usina hidrelétrica no deserto".
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Segundo a BBC, o Batalhão Ambiental da Nicarágua é o primeiro do gênero a combater a mudança climática na América Central. E parece que os soldados estão levando seu trabalho a sério. Apesar de patrulharem a floresta camuflados e armados, também carregam pás para plantar árvores em áreas já desmatadas.
"Nossa cor é verde por natureza”, disse o chefe do batalhão Nestor Lopez. “Agora, também é a cor da nossa consciência”.
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